Capítulo 4 – Mistérios e Energias
Seja bem-vindo(a) ao mundo de Avalon.
Aqui, memórias esquecidas têm voz, monstros carregam sentimentos, e até a magia tem segredos que preferia esconder.
Esta não é só uma história de Fantasia, reinos e heróis improváveis — é uma jornada sobre quem somos quando o mundo nos vira do avesso.
Se você chegou até aqui… prepare-se.
Respire fundo.
Deixe o mundo lá fora por um instante.
A porta se abriu.
A aventura vai começar.
A noite em Farir era silenciosa, embalada apenas pelo sussurrar das árvores e o brilho suave da lua acima das muralhas da cidade.
Grumak permanecia acordado, apoiando a cabeça na mão.
"Será que estou fazendo a coisa certa...? Deixá-lo treinar longe de mim..."
Foi quando a voz surgiu — clara, urgente, perfurando seus pensamentos:
─ Alguém me ajude!! Me tirem daqui!
Ele se levantou de imediato, instintivamente indo até a janela e observando as ruas silenciosas abaixo. Ninguém. Apenas as luzes mágicas das luminárias da cidade iluminando os caminhos vazios.
─ Alguém…me ajude!
— Isso não é normal… — murmurou Grumak.
Sem pensar duas vezes, pulou da janela, e usou o deslocamento pisou no chão com firmeza.
E seguiu o som:
─ Aqui! Por favor!
Vinha de um beco sem saída, Grumak foi até lá e viu...
uma janela, cintilando em tons azulados. Dentro dela, uma figura lupina feminina, de pelos brancos e manchas cinzas e olhos prata.
Bem assustados.
— Oi! E você quem ta pedindo ajuda?
— Sim eu não consigo sair!
Grumak se aproximou, desconfiado.
— Vem não tem nada aí…
E ela bateu no meio da janela, como uma parede invisível. Grumak arregalou os olhos.
— Você não está brincando! Rápido, me dá a mão! Esticando o braço.
e agarrou o braço dela e puxando. E a janela começou a desaparecer. Com um último impulso, Grumak a tirou seguida em a janela sumia no ar.
Ela caiu em seus braços..., mas ainda consciente.
— Onde... o que ouve?! De onde você veio?
— Eu... não sei...não lembro... só de onde Tavo presa... e desmaiou.
Antes que Grumak pudesse fazer algo, duas figuras surgiram: Lakin e Farlan, observando a cena.
— Mas o que...?! — Grumak começou.
Farlan se aproximou curioso, faxinado.
— Uma loba de traços raros em Farir…
O que Makar aprontou agora...?
Lakin abaixando ao lado da criatura, observando-a cautelosa.
— Ela está viva e exausta..., Grumak, vamos levá-la a guilda. Preciso examiná-la melhor.
Grumak assentiu, segurou ela com firmeza e a carregou. Havia algo nela— uma energia incomum.
"Por que so eu ouvia ela?"
Farlan, andando ao lado de Grumak, muito intrigado.
— E, Grumak. O mundo ta se movendo.
Essa criatura pode ta ligada a você.
Eles seguiram pelas ruas caladas de volta a guilda.
Grumak olhando a loba nos braços, cheio de dúvidas, com algo certo mente:
"O destino me trouxe até aqui. E vou enfrentar tudo. Pelo meu filho."
O tempo parecia desacelerar.
A guilda, agora bem silenciosa.
Grumak Sentado ao lado da cama da loba, olhando admirando. Cada movimento sutil, o fazia prender a respiração.
“E tão linda…” — pensou, olhando seu rosto.
A pelagem dela, branca como a neve, era salpicada com manchas cinzas que reluziam ao luar, como estrelas sobre o pelo. Mas não so sua beleza que mexia com Grumak.
Era algo mais.
? “Eu ouvi seu chamado.”
Ele fechou os olhos, tentando entender. A energia sutil, Quente. Viva.
“É como se parte de mim… soubesse que ela viria.”
Lakin e Farlan na biblioteca da guilda procurando pistas. Os antigos livros de raças aberto sobre a mesa. As páginas falando de seres encarregados de proteger o equilíbrio do mundo — eram poderosos e perigosos, de outro continente.
— E se ela for um desses guardiões? — Farlan murmurou para si mesmo. — E se ela for um destes… ou algo maior?
Isto o deixou inquieto. Mas, por alguma razão. Ela tava ali.
Grumak ainda pensando.
Algo crescia dentro dele. Algo que não sabia nomear, mas já brilhava com intensidade.
“Seja como for... você não vai ficar sozinha. Eu juro.”
Ele se ajeitou na cadeira ao lado da cama. A noite longa, ele só queria vigiar ela. Esse era o seu dever — e seu desejo.
E então...
Um dos dedos dela se moveu.
Grumak arregalou os olhos e se inclinou.
A respiração dela se alterou, os olhos sob as pálpebras começaram a se agitar. Como se, lá no fundo, a consciência dela estivesse tentando emergir.
— Você está acordando…? — ele sussurrou.
Mas o despertar não veio, em breve, ela abriria os olhos.
E quando o fizesse… o mundo mudaria mais uma vez.
Grumak repousou a mão sobre a dela, com cuidado. E naquele instante, uma onda suave de calor percorreu seu braço, como se a própria energia dela respondesse ao toque.
Foi ali, sob a luz dourada que começava a nascer no horizonte, que Grumak finalmente compreendeu:
“Essa jornada... nunca foi só sobre salvar Avalon. Foi também sobre reencontrar o que perdemos.
Sobre restaurar o que foi esquecido.
E proteger aqueles que nos despertam o melhor de nós.”
Ele se recostou, os olhos calmos, o coração tranquilo e adormeceu.
O som suave da porta se abrindo tirou Grumak de seu sono leve.
— Grumak! acorda. Shiro e Helster já estão no refeitório.
Lakin entrou com passos leves. A luz do sol entrava pela janela, com um calor aconchegante. Grumak piscou algumas vezes, e levantou-se devagar.
— Certo, estou indo.
Enquanto caminhavam para o refeitório, Lakin o observava, o analisando.
— Você ta... diferente. Como foi a noite?
Grumak hesitante, respondeu.
— Foi... tranquila. Mas senti algo estranho. diferente em relação à... hóspede.
Lakin sorriu de canto.
— Você ta encantado? interessante.
Grumak desviou o olhar, sem responder.
chegando na sala de refeições, o cheiro de pães chás de ervas tomou conta do ambiente. Shiro e Helster sentados, com pratos feitos e olhares impacientes.
— Finalmente! — falou Shiro. — Já estávamos pra começar sem você!
— Você já começou há muito tempo, seu esfomeado. — Provocou Helster, mordendo mais um pedaço de pão.
— E onde está a misteriosa “visita”? — perguntou Shiro.
— Ainda dormindo, — respondeu Lakin.
— E você, Pai? Aconteceu alguma coisa? — questionou Shiro.
Grumak respirou antes de responder.
— Não muita coisa. apenas... refletindo. Sobre o que tamos passamos.
Lakin, sempre não deixava ponta solta.
— E a criatura? O que faremos?
Grumak olhou para o vazio por um instante, antes de responder com firmeza:
— Precisamos entender quem ela é, sua origem. E não deixá-la sozinha.
Lakin assentiu, cientes que havia algo maior em jogo.
Após o café, Grumak chamou Shiro e Helster para uma conversa séria. O tom paternal substituiu a animação do momento.
— Shiro... Helster... Vocês vão partir amanhã para treinar. E eu… irei na direção oposta. Sei que são capazes, mas nao deixem que suba à cabeça. Sejam cuidadosos. E não se afastem um do outro.
Shiro sorriu, aproximando-se do pai e o abraçando.
— Fique frio, meu velho. Eu vou me cuidar. Já passamos por muita coisa no outro mundo. E agora, com Helster. Não vou fazer besteira.
Grumak suspirou, abraçando o filho de volta com força.
Nesse momento, a porta se abriu com um leve ranger. Lakin encostou-se no batente, e um sorriso no rosto.
— Ah, Grumak, meu velho...ela finalmente acordou.
Farlan já está lá. E te chamou.
Grumak arqueou as sobrancelhas.
— “Meu velho”? Mesmo?
As gargalhadas de Shiro e Helster ecoaram pela sala.
— Tá ficando popular, pai! — Shiro rindo.
— Eu sabia que o “orc sensível” ia fazer sucesso. — Helster, mal segurando o riso.
O clima leve, todos se levantaram e foram até o quarto. Grumak na frente, passos decididos, o coração apertado.
— Quem e ela...? — perguntou Shiro, empolgado.
— Sei não vamos lá ver. — disse Helster, coçando cabeça.
Chegando ao quarto onde a Lupina estava. Ao entrarem, Farlan estava de pé ao lado da cama, e braços cruzados e o olhar afiado.
A Lupina permanecia encolhida, os olhos planteados desconfiada. de postura tensa, A presença de Farlan, sua aura imponente, a deixava mais nervosa. fazendo perguntas — diretas — mas ela em silêncio, desviando o olhar.
Ao ver Grumak, o semblante dela mudou.
Seus olhos se suavizaram. E ficou mais serena. Grumak se aproximou com expressão gentil, ajoelhando-se próximo à cama.
— Qual é o seu nome? — ele perguntou com voz baixa.
Ela hesitou. Seu olhar vago, buscando resposta dentro de si.
— Eu sou... Malias.
Farlan franziu o cenho, intrigado.
— Malias... — murmurou, quase para si mesmo.
Agora, ela mais calma e respondendo a Grumak, Farlan Percebendo isso, recuou alguns passos e fez sinal para Lakin.
— Venha comigo. Vou consultar os arquivos da guilda.
— Grumak, veja se consegue deixá-la mais à vontade. Ela confia em você.
Assim que Farlan e Lakin saíram, Shiro e Helster se aproximaram, os olhos cheios de curiosidade.
— Uau... você é linda. Nunca vi nimguem assim antes. — Helster, encantado.
Shiro deu uma risada e cutucou o pai.
— É por isso que o nosso “paizão” ficou vigiando você a noite toda, esquecendo dos filhos.
Grumak revirou os olhos.
— Vocês dois são impossíveis.
Malias, tímida, riu discretamente da cena. Era a primeira vez que sorria.
Eles conversaram por mais alguns minutos, com Grumak explicando o básico sobre onde estavam, e que ela estava em segurança.
Foi então que Lakin retornou, interrompendo o clima.
— Vocês já se registraram na guilda dos humanos? — perguntou.
— Não... só ajudamos um grupo. — respondeu Grumak, a voz mais séria. — A missão terminou em tragédia. Aventureiros... morreram.
Lakin tocou levemente o ombro dele.
— Sinto muito..., precisam se registrar aqui em Farir. Malias também. Precisamos entender para ajudá-la — e a vocês.
Seguiram até o salão principal da guilda. O burburinho cessou no momento em que o grupo passou. Todos os olhares se voltaram para eles — para Grumak, e Malias... especialmente.
Um murmúrio cortou o silêncio:
— Já viu uma lupina assim antes? A energia que ela emana... é diferente.
Grumak virou para Lakin, curioso:
— Quem é aquele? O que ele quis dizer com “energia”?
Lakin olhou para o Lagarto — alto, musculoso e um enorme machado preso às costas.
— Aquele é Skar, o Decapitador. Lider dos Carniceiros, um dos grupos mais forte da guilda. Raramente fala..., mas sente energias melhor que qualquer um.
— Estranho... — disse Grumak. — Eu nunca senti energia de ninguém aqui. Nem dele, nem da Malias. Na verdade.
Shiro e Helster concordaram.
— É, pai. Também nunca sentimos.
Lakin assentiu.
— Isso porque vocês não despertaram. acontece ao se registrar na guilda. É quando suas afinidades mágicas são ativadas.
Até lá, vocês são como... braseiros cobertos. Têm calor, mas não queima.
A explicação os pegou de surpresa. Grumak olhou para as mãos. "Será que por isso nunca senti nada... nem mesmo de Shiro?"
— Vamos. Farlan já espera para o registro.
Eles seguiram para a sala de registro. Malias se manteve próxima de Grumak, sem dizer nada, visivelmente tranquila. Ainda desconfiada, perdida — mas em medo.
Grumak sentia aquilo também.
Uma conexão sutil.
E naquele instante, ele soube: sua jornada começava agora.
A sala era diferente de tudo o que Grumak já viu.
As paredes, escura e sólida, cheias de prateleiras com livros antigos, pergaminhos e relíquias. Armaduras e armas decorava o ambiente, uma atmosfera mística.
No centro da sala, ne uma mesa circular de pedra, estavam três pedras sem cor e uma tábua de madeira com selos mágicos gravados em linhas.
Farlan atrás da mesa, observando-os.
— Está simples. Cada um escolhe uma pedra, a cor define sua energia. Não pensem. Apenas... escolham.
Shiro aproximou-se. mal tocou uma pedra e ficou vermelha, com intensidade viva. Helster seguiu o exemplo, e ao tocar a segunda pedra, sua luz se acendeu de forma vibrante vermelha.
— Energia Daishi. — Falou Farlan. — Comum entre semi-humanos, com variações únicas. Essa energia é moldável, e cada um de vocês pode usá-la de forma distinta.
Grumak antes de estender a mão. A terceira pedra, ficou de coloração escura, brilhou em resposta.
— Nexum. —Farlan, surpreso. — Uma energia rara... profunda. Intensa. Ela não apenas se manifesta — ela conecta.
Por fim, Malias.
Ela olhou para as pedras por segundos... e então, estendeu a mão para uma das pedras.
Ao tocá-la, a pedra brilhou num tom jamais visto. Uma energia branca com reflexos dourados, límpida, preencheu a sala. Todos ficaram em silêncio.
— Mas… o que é isso...? — Lakin, maravilhada.
Farlan levantou. A expressão séria e perplexo.
— Essa energia… não está nos registros. Malias… você manifestou algo antigo. Algo… esquecido.
Horas, Farlan e Lakin vasculharam livros e manuscritos. E nisto, Grumak, Shiro e Helster conversavam sobre suas energias recém-descobertas, tentando imaginar como usar elas.
— E essa que a Malias manifestou...?
Farlan assentiu, abrindo uma caixa antiga que estava lacrada há décadas. Ela estava na guilda desde os tempos que Makar me deu, mas não consegui abrir.
— Grumak. Tente você, talvez consiga.
Grumak segurou a caixa com firmeza. Um brilho suave emanou das luvas em seu braço, e a caixa se abriu sozinha.
Havia uma pedra mágica translúcida e um pergaminho . Farlan o leu em voz alta:
— “Aetheris: energia da criação e da alma primitiva.
Rara, pura, e impossível de ser domada.
Aqueles que a portam são moldadores de destino.”
O silêncio pairou.
— Malias... você pode tentar usar essa pedra? — pediu Farlan, cauteloso.
Ela pegou a pedra com uma mão. Fechou os olhos. E a energia respondeu de imediato.
De seus dedos, formou-se um arco branco com reflexos dourados, translúcido como cristal vivo. — Sem corda — o brilho era mágico.
Malias andou até a janela em silencio. Respirou fundo. E puxou a energia do arco. Uma flecha de pura luz se formou no ar.
Com um movimento fluido, disparou-a contra o céu. A flecha como um raio, atravessou as nuvens e desaparecendo na distância.
Todos surpresos.
— Ela é… extraordinária. — disse Farlan, exaltado.
— Grumak. —Você será o guardião dela. Precisamos saber de onde ela veio. E se a Aetheris está de fato de volta a Avalon… então o mundo vai mudar.
Grumak assentiu. Seu olhar cruzou o de Malias, e ela com um sorriso tímido.
— Eu vou protegê-la. E vou descobrir o que puder para ajudá-la.
Farlan olhou para Lakin.
— Prepare o ritual de despertar. Está na hora desses três conhecerem o mundo com os próprios sentidos.
Lakin posicionou a tábua mágica sobre a mesa central. E pediu para Grumak, Shiro, Helster e Malias colocassem as mãos nela.
Um brilho intenso explodiu da madeira, e uma colunas de luz de cada um subiu— duas vermelhas, uma roxa e outra branca.
O um leve tremor. As velas piscavam com as ondas.
Ao final do ritual, eles recuaram um passo, ofegantes — mas radiantes.
— Agora sim! Podemos ver e sentir as energias! — falou Shiro.
Helster fez um giro com o machado e sorriu:
— é incrível!
Grumak, por sua vez, olhou para Malias.
E sentiu.
Sua energia Era serena. Pura. Como um lago calmo no luar.
E, talvez... o início de algo muito maior.
Obrigado por ter lido até aqui.
Cada visualização, cada comentário, cada segundo que você dedica a essa história… significa o mundo pra mim.
Avalon é um mundo vasto, cheio de mistérios — e sua presença aqui o torna ainda mais vivo.
Se gostou do capítulo, não esqueça de deixar seu apoio.
E se algo te tocou, te fez rir, pensar ou chorar… me conta. Vou adorar saber.
A jornada continua, e você faz parte dela.
Até o próximo capítulo —
Com gratidão, e muita Fantasia.
SpiderBH