Capítulo 60
A primeira coisa que chamou a atenção de Ryosaku quando foi conduzido à sala de recepção foi... o retrato da Professora Yoshiko exposto na parede... Ryosaku nunca o tinha visto desde que se conheceram no dia da cerimónia de despedida. Era o seu sorriso gentil.
Ao lado da professora de Yoshiko, estava também exposto um retrato do seu pai, que se acredita ser o seu pai.
Da mesma forma, olha para Ryosaku com um olhar suave e caloroso.
A mãe da Professora Yoshiko pediu a Ryosaku que se sentasse no sofá e trouxe-lhe doces japoneses e chá quente da sala das traseiras.
"Ryosaku-san... desculpe-me por o ter convidado sozinho para uma sala tão pequena. Pedi aos outros que esperassem no autocarro antes de si."
Ela disse isto e ofereceu a Ryosaku doces japoneses, Monaka e chá.
"Yoshiko... ela gostava muito do Ryosaku-san. Dizia-me sempre alegremente: "Ele é tão giro como o meu filho verdadeiro."
Quando te vejo assim à minha frente... sinto que consigo compreender os sentimentos da Yoshiko. Ryosaku-san, tens os olhos realmente claros. Não sei o que ela deve dizer... sinto que me está a atrair, é tão estranho."
Ryosaku estava confuso.
Nunca tinha recebido tantos elogios de ninguém pelos seus olhos.
Ryosaku-san... há uma razão para eu te chamar aqui. É sobre a carta da Yoshiko dirigida a si..."
Ele ficou surpreendido.
Sobre a carta da Professora Yoshiko, na qual a Professora Kitano lhe disse antecipadamente: "Não precisas de te preocupar com nada."
Sentia intensamente que a verdade sobre o mistério estava finalmente a ser revelada.
"Aquela carta... na verdade, eu postei-a. Tenho a certeza de que sabias..."
Ryosaku também estava vagamente consciente disso.
Não queria pensar que aquela carta tinha sido enviada após a morte da Professora Yoshiko.
O que ele se lembra é... da Professora Yoshiko, ainda saudável e com um sorriso radiante.
Mesmo nesse momento, após visitar o túmulo, Ryosaku sentiu como se a Professora Yoshiko fosse aparecer ali, chamando-o gentilmente.
"A Professora Yoshiko está viva"... era isso que ele queria pensar.
"Na manhã em que Yoshiko desmaiou... estava tão confusa e triste que me esqueci completamente da carta que ela te enviou... Durante algum tempo, ela ficou em cima da secretária do escritório de Yoshiko. Deixei a carta sem supervisão. Peço desculpa por ter sido rude consigo..."
"...Não, Suzuki-san. Colocou a carta da Professora Yoshiko num envelope... e enviou-ma. Muito obrigada. Eu... não consigo encontrar melhores palavras para expressar a minha gratidão..."
"Por favor, trata-me por 'Mãe'."
"É... sim?"
"Quero que o Ryosaku-san me trate por 'Mãe'. Não és minha neta... Começo a pensar em ti, como Yoshiko, como o meu próprio filho. Por favor... Trata-me por 'Mãe'."
"... Mãe"
"Obrigada, Ryosaku-san. Estou muito feliz."
Depois de dizer isto, a sua mãe cobriu o rosto com as duas mãos e soluçou para abafar a voz.